O Livro Branco da Higiene Hospitalar destaca a importância da inovação tecnológica

O Livro Branco da Higiene Hospitalar destaca a importância da inovação tecnológica

 

  • Alguns estudos referem os casos de IRAS evitáveis em 56,6% do total e estimam que acarretem todos os anos uma despesa de cerca de 800 milhões de euros ao Sistema Nacional de Saúde
  • Existe até 40% de margem de melhoria no âmbito da higiene ambiental dos centros assistenciais 
  • O uso dos novos métodos de desinfeção automatizados são capazes de eliminar microrganismos com uma eficácia de 99,9%, minimizando a probabilidade de contrair IRAS

Madrid, 5 de janeiro de 2015. As infeções relacionadas com a assistência à saúde, conhecidas pelas suas siglas IRAS, constituem atualmente um dos principais desafios dos centros assistenciais devido ao enorme impacto que geram tanto na saúde dos pacientes como na utilização de recursos nos centros sanitários. Alguns estudos referem os casos de IRAS evitáveis em 56,6% do total e estimam que acarretem todos os anos uma despesa de cerca de 800 milhões de euros ao Sistema Nacional de Saúde. 

Neste cenário, os especialistas insistem na importância da inovação tecnológica, como medida complementar aos métodos tradicionais e manuais de limpeza no âmbito da higiene sanitária. Esta é uma das principais conclusões extraídas do Livro Branco da Higiene Hospitalar. Apresentado no passado mês em Barcelona e Madrid, este estudo foi elaborado pela consultora Antares Consulting e contou com a colaboração de mais de 30 especialistas nacionais e internacionais e o patrocínio da empresa multiservicios Clece. 

Em Espanha, segundo o último relatório EPINE disponível (Estudo de Prevalência das Infeções Nosocomiais em Espanha), a prevalência das IRAS produzidas no próprio ingresso atinge os 5,6%. Ante esta problemática “a higiene hospitalar apresenta-se como elemento crucial e imprescindível” afirma Bernardo Ubago, Diretor de Antares Consulting. 

A abordagem das IRAS consta de duas dimensões complementares e sinérgicas, a higiene pessoal dos profissionais e a higiene ambiental, “no que respeita a esta última, referida à limpeza e desinfeção nas superfícies e estâncias hospitalares, a margem de melhoria é de até 40%. Isto deve-se a que tradicionalmente a higiene e limpeza hospitalar se caracterize pelo seu aspeto manual, por um estancamento tecnológico e um escasso nível de inovação, pelo que a inovação tecnológica será um elemento nuclear e dinamizador” acrescenta Bernardo Ubago. 

Sinergia de novas tecnologias e métodos tradicionais

A combinação de métodos de desinfeção automatizados unido a uma limpeza manual mais tradicional produz alguns resultados de desinfeção notavelmente melhores, reduzindo o número de microrganismos presentes nas superfícies até 99,9% e minimizando, portanto, a probabilidade de contrair IRAS. 

Últimos avanços na desinfeção hospitalar: robot Xenex 

Entre os principais métodos de desinfeção automatizados, destacam-se as luzes UV de mercúrio e xénon, o peróxido de hidrogénio vaporizado e os sistemas de ozono, que progressivamente estão a ser introduzidos no ambiente assistencial para complementar e otimizar os métodos tradicionais. 

Um dos últimos marcos tecnológicos é o robot Xenex, atualmente em funcionamento em dois hospitais espanhóis: Hospital General del Complejo Sanitario Valle Hebrón de Barcelona na Área da Unidade de Cuidados Intensivos e o Hospital de La Fe de Valência, na Área de Hospitalização de Oncologia. Graças à utilização de luz ultravioleta, gerada através de lâmpadas de gás xénon, este robot destrói microrganismos patogénicos, como bactérias, fungos e vírus, em poucos minutos. De facto, foi utilizado para a desinfeção de quartos de pacientes com ébola nos hospitais dos EUA. 

“Após cinco meses de trabalho, os dados científicos realizados pelo Centro Nacional de Biotecnologia, CNB, pertencente ao CSIC, demonstraram a elevada capacidade de desinfeção deste sistema com uma eficácia de mais de 99,9999% de eliminação de bactérias e mais de 99,9% de vírus e esporos” explicou a Clece, única empresa no nosso país que presta este serviço.

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