Clece premeia o compromisso de entidades e meios de comunicação contra a violência de género

Clece premeia o compromisso de entidades e meios de comunicação contra a violência de género

Clece Social, o projeto social da Clece, realizou no passado dia 20 de novembro a cerimónia de entrega dos seus Prémios Compromisso que, nesta quarta edição, reconheceram o compromisso de entidades, meios de comunicação e personalidades na luta contra a violência de género.

Na categoria de Melhor Projeto Social relacionado com mulheres vítimas de violência de género realizado por entidades sem fins lucrativos, foram premiadas as entidades Fundación Santa María La Real, a Asociación de Xóvenes Emprendedores e a Fundación Don Bosco. Cada uma delas receberá uma dotação económica de 10 000 euros. Na categoria de Melhor Trabalho Jornalístico, a jornalista do jornal Público, Marisa Kohan, ganhou o galardão dotado com 7000 euros.

O Prémio para a Iniciativa de Sensibilização mais relevante na luta contra a violência de género foi concedido à campanha “Tolerancia Cero. Contra el maltrato, la fuerza de todos” da Antena3 Noticias e Fundación Mutua Madrileña. Relativamente ao reconhecimento das associações que mais colaboraram com a Clece, o galardão foi outorgado a Candelita e à Fundación ARED. Assim, o júri concedeu uma distinção especial à capitã da Guardia Civil, María José Garrido Antón.

Uma sentida homenagem

Este ano a gala foi marcada pela ausência de Luis Lorente, presidente do júri, que faleceu alguns dias antes. “Deixa-nos um homem brilhante, com uma mente privilegiada e uma imensa qualidade humana. Tivemos a honra de tê-lo no nosso júri e desde logo, a sua marca permanecerá indelével nestes galardões. Ele tornou-os seus desde o primeiro momento e estaremos sempre agradecidos a ele” expressou José Andrés Elizaga, diretor de Comunicação e Relações Institucionais da Clece.

Categorias a concurso

Dentro das categorias a concurso nesta edição, o júri outorgou o Prémio para Melhor Projeto Social a três das sete associações finalistas:

  • Fundación Santa María La Real de Aguilar de Campoo, Palência, pelo seu programa “Empleo Mujer de Castilla y León”. O programa, que pretende promover a inserção sociolaboral e a melhoria da empregabilidade das mulheres em situação de especial vulnerabilidade de Castela e Leão, contaram, até à data, com a participação de 513 mulheres, das quais 234 foram vítimas de violência de género.
  • Asociación de Xóvenes Emprendedores (AXEL) de Lugo, pelo seu projeto “Blíster, píldoras del conocimiento” que pretende formar mulheres noutras áreas laborais não associadas tradicionalmente a elas, como a eletricidade, canalização, jardinagem, etc. e quebrar assim com os estereótipos de género. O seu objetivo é atingir entre 20 e 30 mulheres vítimas de violência de género na província de Lugo.
  • Fundación Don Bosco de Córdoba, Las Palmas de Gran Canaria e Badajoz, pelos seus “Itinerarios integrados de Inserción Sociolaboral” com vítimas de violência de género, com quem tem como objetivo a melhoria da empregabilidade das vítimas de violência de género. O projeto conta com a colaboração de mais de 800 empresas inscritas na sua Agência de Colocação.

Na outra categoria a concurso, a de Melhor Trabalho Jornalístico, o júri concedeu o galardão entre as quatro finalistas a:

  • Marisa Kohan, jornalista do jornal Público, por um trabalho jornalístico comprometido com a luta contra a violência machista.

Reconhecimentos especiais

“Tolerancia Cero. Contra el maltrato, la fuerza de todos” recebeu o reconhecimento para Melhor Iniciativa de Sensibilização Social. A campanha, promovida pela Antena3 Noticias e Fundación Mutua Madrileña, utiliza a força da comunicação desde 2005 para sensibilizar contra a violência de género. Receberam o prémio Mónica Carrillo, apresentadora das notícias de fim de semana na Antena3, e Lorenzo Cooklin, diretor-geral da Fundação.

Esta edição também incluiu um reconhecimento especial às associações que mais colaboraram este ano com a Clece na integração laboral das vítimas de violência de género. O mesmo foi outorgado à asociación Candelita e à Fundación ARED, pelo seu envolvimento na integração e reinserção das mulheres no mundo laboral, principalmente as provenientes de grupos vulneráveis.

Finalmente fez-se a entrega de uma distinção especial a María José Garrido Antón. Capitã da Guardia Civil, com cargo atual na secção de Análise do Comportamento Delitivo da Unidade Técnica da Policia Judicial (UTPJ), doutora em psicologia, com um master em Ciências Forenses pela UAM e perita em criminologia pela UNED, esta mulher foi a autora do ‘Guía de Primeros Auxilios Psicológicos en Violencia de Genero’, o primeiro com as suas características publicado em 2011. Um marco que estabeleceu um precedente e que marca toda uma trajetória profissional vinculada à proteção das vítimas. A distinção coincide também com o 30.º aniversário da incorporação da mulher na Guardia Civil.

Compromissos cumpridos

Há um ano, na Gala dos III Prémios Compromisso, a Clece anunciou a sua intenção de contratar 139 mulheres vítimas de violência de género para a próxima Gala, comprometendo-se assim a dar mais um passo nesta luta.

A iniciativa chamou-se “Proyecto 139”, sendo este um número simbólico igual ao número de candidaturas apresentadas nesses galardões contra a violência de género na categoria de Melhor projeto Social. O objetivo deste projeto foi favorecer a plena recuperação e integração social das vítimas através do emprego. O resultado deste compromisso foi um rotundo sucesso e, desde o anúncio da iniciativa, envolveu a incorporação de 169 sobreviventes de violência de género na empresa.

IV EDIÇÃO PRÉMIOS COMPROMISSO