III Fórum Clece pela Integração “Um emprego para mudar uma vida”

III Fórum Clece pela Integração “Um emprego para mudar uma vida”

  • “Fechar o círculo da exclusão é corresponsabilidade de todos”

Las Palmas de Gran Canaria, 4 de novembro de 2015. A colaboração dos diferentes agentes sociais é necessária para fomentar o acesso ao mercado laboral de pessoas em risco de exclusão, entendendo o emprego como uma das ferramentas mais eficazes para a sua integração. Esta é uma das principais conclusões extraídas do III Fórum “Clece pela Integração” realizado sob o lema “Um emprego para mudar uma vida” no Centro Cultural CICCA de Las Palmas de Gran Canaria.

O Fórum, organizado pela Clece, congregou os diferentes atores envolvidos na integração de grupos em risco de exclusão com representantes da Administração Pública, a empresa privada, agentes sociais assim como trabalhadores provenientes deste grupo.

Por parte da Administração, intervieram Isabel Mena, Vice-Conselheira de Emprego e Políticas Sociais do Governo das Canárias; Elena Mañez Rodríguez, Conselheira do Governo de Política Social e Acessibilidade do Cabildo de Gran Canaria; Óscar Mata, Gerente do Instituto Municipal de Emprego e Formação (IMEF) do Município de las Palmas de Gran Canaria, e Jesús Octavio Suárez Rodríguez, Coordenador do Centro de Acolhimento Municipal El Lasso. Por parte da Clece assistiram Cristóbal Valderas, Presidente da Clece, Purificación González, Diretora de Recursos Humanos da Clece e Luis Arocha Miranda, Técnico de Seleção na Inserção da Clece Canarias, que deram a visão da empresa privada, enquanto os testemunhos dos trabalhadores vieram pela mão de Yesica Díaz Valiente e Javier Antonio Gonzalez, ambos empregados da Clece.

Precisamente Yesica e Javier mostraram o problema da exclusão na primeira pessoa. Após fazer face a uma situação pessoal e familiar complexa, Yesica “sente-se orgulhosa de não se ter rendido ante a adversidade e de poder ter hoje toda a sua família consigo, olhando para o futuro sempre com otimismo” referiu. Por outro lado, Javier, depois de superar um problema de toxicodependência e conseguir um emprego afirma que “pela primeira vez está a viver” e que “hoje ele sente-se útil, responsável e parte da sociedade”. Uma mensagem de otimismo para fechar as diferentes intervenções do fórum, onde se fez finca-pé na necessidade de juntar e reforçar esforços entre todos os agentes envolvidos.

Isabel Mena declarou "estar a abordar diferentes linhas para voltar aos itinerários de inserção laboral" e "a trabalhar na coordenação dos três pilares básicos para a plena inclusão: política social, emprego e casa". Para finalizar, a Vice-Conselheira acrescentou que “fechar o círculo da exclusão é corresponsabilidade de todos” em alusão à necessária colaboração público-privada. Por outro lado, Elena Mañez incidiu na necessidade de fomentar ferramentas para combater a exclusão desde a administração como a "inclusão de cláusulas sociais na contratação pública". 

Dessa forma, Óscar Mata, entendendo o desemprego como uma causa de risco de exclusão, insistiu na "importância da formação como ferramenta para aumentar a empregabilidade, mais quando uma elevada percentagem de desempregados carecem de qualificação". Quanto a Jesús Octavio Suárez, em resposta ao moderador, Santiago Morellón, chefe de técnicos de informática da Cadeia Cope, comentou que a percentagem de reintegração é muito baixa e que "sem um emprego em muitas ocasiões as pessoas retrocedem à casa de partida" no processo de integração.

A responsabilidade da empresa
Cristóbal Valderas referiu como “a Clece tem vindo a trabalhar num modelo integrador que demonstra que é possível dar uma oportunidade a estas pessoas. Não é um caminho fácil, tem de se colocar os recursos necessários, procurar colaborações e contar com o envolvimento de todos os trabalhadores. Mas, uma vez as bases lançadas, pode-se realizar um grande trabalho. Na Clece já são 595 os trabalhadores provenientes destes grupos. Pessoas a quem ajudámos a fechar o círculo com uma oportunidade laboral após esgotar ou terminar as ajudas sociais".

Purificación González, “mais que as dificuldades que as empresas veem em contratar este tipo de perfis” quis destacar “os benefícios que provêm de se contar com estes trabalhadores em termos de agradecimento, fidelidade e sentido de pertença, ao mesmo tempo que melhoram o clima laboral, gerando ambientes mais coesos e solidários”. Luis Arocha, a partir da sua experiência profissional, afirmou que a integração é "um percurso muito comprido. Uma cadeia na qual é necessária uma vontade de mudança, assessoria profissional adequada e, por último, o emprego". 

O III Fórum “Clece pela integração” enquadra-se no compromisso social da Clece com a integração laboral de pessoas em risco de exclusão. Atualmente, a Clece emprega 74 401 pessoas em Espanha, 6602 das quais provêm de grupos socialmente vulneráveis, concretamente 595 de situações de exclusão.

Exposição fotográfica Óxido
No âmbito da celebração do Fórum, a Clece também patrocinou e produziu Óxido. Trata-se da última exposição fotográfica da artista de Las Palmas de Gran Canaria, Sara Yun. Um excecional trabalho exposto no Espaço das Artes de Tenerife (TEA) de 3 a 17 de novembro e que reflete a capacidade de luta do ser humano.

A série de imagens mostra o dia-a-dia de quatro de vinte e dois imigrantes que viajavam num barco que foi abandonado à sua sorte nas costas de las Palmas de Gran Canaria, a milhares de quilómetros de distância das suas casas.