II Fórum “Clece pela integração”

II Fórum “Clece pela integração”

  • No II Fórum-Colóquio “Clece pela Integração”, diferentes agentes envolvidos na assistência a mulheres que foram vítimas de violência de género debateram sobre os principais desafios no momento de ajudar este grupo e colaborar na sua integração social.
     
  • No seu compromisso com a inserção de grupos vulneráveis, o presidente da Clece, Cristóbal Valderas, explicou que a maior contribuição que a sua empresa pode fazer pelas vítimas é oferecer-lhes uma oportunidade laboral.
     
  • Atualmente, a Clece emprega 143 vítimas de violência de género.
     

Valência 16 de abril de 2015. A Clece, empresa de multisserviços, realizou esta manhã uma jornada de debate sobre os principais desafios que as mulheres vítimas de violência de género enfrentam. O “II Fórum-Colóquio Clece pela integração”, que teve por título “Há saída para a Violência de Género”, reuniu diferentes agentes sociais envolvidos na assistência e ajuda a este grupo, que coincidiu em assinalar que o trabalho é vital para favorecer a integração social das mulheres que sofreram violência de género, sendo uma ferramenta que lhes permite dotar-se de autoestima, autonomia e independência.

Precisamente, neste sentido, os assistentes ao fórum tiveram a oportunidade de conhecer na primeira pessoa o ponto de vista e experiências de duas mulheres que foram vítimas de violência de género e que puderam aceder a um posto de trabalho. Lorena e Marta coincidiram em assinalar que a oportunidade laboral que a Clece lhes proporcionou foi uma das principais ajudas para recuperarem do trauma sofrido. Marta explicou que “o estado emocional é a primeira coisa que deve ser tratada e cuidada, mas o trabalho é essencial para recuperar a normalidade e a autoestima”. Por outro lado, no seu testemunho, Lorena incidiu no estímulo que representa encontrar um emprego: “Quando parece que todas as portas estão fechadas o trabalho representa uma motivação para continuar em frente. E sobretudo, se nesse ambiente laboral fores reconhecida como uma pessoa que tem algo a contribuir”.

Além destas duas mulheres, o colóquio – moderado pelo jornalista Julián Giménez – contou com a participação de Blanca Hernández Oliver, Delegada do Governo para a Violência de Género; Laura Chorro, Diretora-geral da Família e da Mulher da Conselleria de Bem-estar Social da Generalitat Valenciana; Cristóbal Valderas, presidente da Clece; Eva Planells, diretora do Centro de Proteção da Mulher de Valência; e com uma representante da Associação Alanna, Ana Ferrer.

Trata-se da segunda edição deste fórum de diálogo, que se realiza “dentro do compromisso social da Clece”, tal como Cristóbal Valderas, presidente da Clece recordou: “Um compromisso social que vai para além de uma política de Responsabilidade Social Corporativa e integra-se numa autêntica cultura de empresa”. Neste sentido, Valderas anunciou que a empresa emprega atualmente mais de 70 000 pessoas das quais 5537 provêm de grupos vulneráveis e, em concreto, 143 são mulheres que foram vítimas de violência de género.

O fórum arrancou com a intervenção de Blanca Hernández, Delegada do Governo para a Violência de Género, que quis ressaltar, em primeiro lugar, os aspetos positivos da gestão realizada pelas diferentes administrações neste campo durante os últimos anos: “O que Espanha fez na luta contra a violência de género não tem paralelo com outros países do mundo. Somos pioneiros em muitas medidas e recebemos permanentemente outros estados interessados em conhecer a nossa gestão e modelo”. Contudo, a Delegada do Governo também quis lembrar quais são os principais campos de melhoria e os assuntos que mais preocupam: “A autonomia é um dos principais antídotos contra a violência de género e o trabalho é fundamental para conseguir esta independência”. Finalmente, Blanca Hernández advertiu que, embora esteja a aumentar a rejeição total da violência física entre a população, ainda são aceites, por uma parte significativa da sociedade, formas mais subtis de violência como a do controlo ou seguimento”.

Por outro lado, Laura Chorro, Diretora-geral da Família e da Mulher da Conselleria de Bem-estar Social da Generalitat Valenciana, assinalou a importância de o sector privado se consciencializar realmente do seu papel, em especial de se criar uma autêntica consciencialização empresarial: “As empresas, além de valorarem as bonificações fiscais para promover a contratação deste grupo, devem saber que têm uma responsabilidade com o meio envolvente onde atuam e deveriam ser conscientes do bem que podem fazer lidando com problemas tão reais como o da inserção laboral das mulheres que sofreram violência de género”.

Eva Planells, diretora do Centro de Proteção da Mulher de Valência, ressaltou como a integração laboral das mulheres vítimas de violência de género é definitiva na sua recuperação anímica e psicológica: “Sem emprego é muito difícil a saída. Sem um trabalho corre-se o perigo de a vítima desandar o caminho já percorrido. Deve-se entender a importância que tem para elas a autonomia”. Dessa forma, Planells acrescentou que “a solidão e o isolamento são algumas das principais barreiras a romper. É necessário procurar ‘redes’, ajudas que favoreçam a integração”.

Compromisso social com a igualdade de oportunidades
O II Fórum “Clece pela integração” enquadra-se no compromisso social da Clece com a integração laboral de mulheres vítimas de violência de género. Atualmente, o seu quadro de pessoal conta com 143 empregadas que pertencem a este grupo. Este esforço da empresa estende-se, também, a outros grupos como pessoas com deficiência, jovens desempregados, pessoas em risco de exclusão social e vítimas do terrorismo. Para isso, a Clece colabora com mais de 200 associações. Atualmente, a Clece emprega mais de 70 000 pessoas em Espanha e cerca de 6000 na Comunidade Valenciana.